sexta-feira, 24 de julho de 2009

FUNDAMENTALISMO ATEU:HOMEM-BOMBA(1)(opinião)




Vejamos um exemplo bem atual de homem-bomba ateu. Consideremos o ateu mais em evidência nos dias de hoje, Richard Dawkins que em suas obras mais comentadas, “O Relojoeiro Cego” e “ Deus,um delírio”,deixa bem claro que em sua opinião todo não ateu,é um ignorante. Veja,que eu não disse todo “ religioso”,pois para Dawkins, não é necessário que você seja um religioso praticante,mas basta que acredite em Deus para ser eliminado do rol dos seres que pensam. Deveríamos supor então que o famoso biólogo britânico leva a vida em palestras sobre biologia ou pesquisas para se comprovar o ateísmo. Ledo engano. Sugiro ao leitor que em uma visita á página de vídeos na internet(youtube) digite “Richard Dawkins”, ao fazer isso conte quantas das suas entrevistas e palestras que ali estão disponíveis,são sobre ateísmo e não biologia,ou zoologia. Um renomado cientista e biólogo, tem toda a liberdade de ser ateu,mas deveria concentrar seus esforços,como pesquisas,palestras e livros,para o desenvolvimento de sua área de atuação ou mesmo para buscar elementos mais fortes para fundamentar sua defesa da teoria da evolução( tema que é o ele mais levanta como justificativa de sua filosofia) ; e não para se tornar um apóstolo do ateísmo. Alister McGrath um teólogo cristão, com doutorado em biofísica molecular pela Universidade de Oxford,que no passado partilhava da visão ateísta de Dawkins,comenta a afirmação deste sobre a infantilidade da crença em Deus,onde ele considera que acreditar em um Criador é o mesmo que crer em Papai Noel. McGrath mostra a infantilidade da analogia de Dawkins ao argumentar que a crença de uma criança em Papai Noel,vai até os seis talvez sete anos, mas não vamos nunca ver uma pessoa quando adulto começar a acreditar no bom velhinho,ao contrário citando sua própria experiência, que evidentemente não é única, de ter deixado o ateísmo,segundo ele mesmo “após reflexões longas e substanciais”. Ele compara a “dogmática convicção de total correção” de Richard Dawkins a um “fundamentalismo religioso que se recusa a permitir que suas idéias sejam examinadas ou desafiadas”.


É Visível o inconformismo dos ateus,aqui representados por Dawkins, no fato de que existem cientistas e intelectuais que não aceitam o modelo proposto pelo ateísmo,e que optam pela idéia da existência de um Criador baseados em suas observações da natureza e do universo. Permaneçamos analisando o comportamento fundamentalista de Dawkins pois isto nos ajudará a perceber como a mente de alguém que se diz cientista mas gasta sua vida como propagador do ateísmo,faz com que se perca quando resolve falar de ciências,mas é arrastado pelo seu apego ao dogma. Em “ O relojoeiro cego” ele afirma: “ A biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. Ele enxerga a complexidade da vida e dos elementos que a produzem,vê que existe um design,mas conclui que é um ato religioso acreditar que um Criador inteligente é o responsável por tudo isso, a veemência com que o faz ,é a mesma de um religioso da inquisição na idade média diante de uma heresia. Contudo ao tentar rebater a heresia nesta sua obra,o melhor que ele apresenta é uma divagação baseada em um programa de computador que criou,onde biomorfos( supostas formas em evolução virtual),demonstram o caminho da evolução. Chega a ser ridícula( usando um termo bastante apreciado pelo cientista ao se referir a quem pensa diferente dele), a “prova” da evolução da forma por ele apresentada. Ora,para obter esta “evolução” de desenhos em um computador,foi necessário a criação de um programa por uma mente inteligente,para que dentro de uma máquina das mais complexas já criadas pela inteligência humana,fosse obtida uma forma mais perfeita. Como pode então a seleção natural e a sobrevivência do mais apto,dois conceitos simples,verificados na natureza apenas na variação dentro de uma mesma espécie,possa ser este “complexo computador da vida”? É visível que o dogma ateu prevalece sobre a sua capacidade de analisar os fatos.

Na conclusão de “ O relojoeiro cego” ele deixa ainda mais claro como sua filosofia de vida prevalece sobre o pensamento científico: “... Já tratamos todas as pretensas alternativas á seleção natural(veja que aqui ele mesmo considera a seleção natural como o principal mecanismo da evolução) exceto a mais antiga delas: a teoria de que a vida foi criada ,ou sua evolução arquitetada por um designer consciente...como a descrita no Gênesis. Quase todos os povos elaboraram seu próprio mito sobre a criação,e a história do Gênesis é apenas aquela que foi adotada por uma tribo específica de pastores do Oriente Médio. Seu status não é superior ao da crença de uma determinada tribo da África Ocidental,para quem o mundo foi criado do excremento de formigas".Temos de reconhecer que quando Dawkins chama a todos que não aceitam a evolução de analfabetos,ele está sendo sincero e realmente pensa assim. Não é novidade para ninguém que diversos povos com histórias das mais diversas entre si,procuram uma explicação sobrenatural para a criação,o que por si só demonstra que em diferentes culturas se reconhece que a vida não surgiu do nada. A comparação feita acima é bizarra,pra não dizer infantil. Não estou aqui invocando qualquer justificação bíblica ao invés de científica para contestar o dogma ateu,mas diante de uma tentativa pífia de combater a idéia da criação sobrenatural, colocando-a como lugar comum eu perguntaria a Dawkins: Por que a história da criação a partir do excremento de formigas,não foi traduzida em mais de 1400 línguas e dialetos e depois de três milênios após ter sido escrita é vendida como o maior “best seller” de todos os tempos? Qualquer criança,mesmo na idade de acreditar em Papai Noel, não achará que as duas histórias tem o mesmo status. No entanto nós adultos diante de argumentos tão pobres vemos claramente o inconformismo dogmático ateísta diante da evidência de um Criador Inteligente. Mais incrível ainda é quando o autor de “ O relojoeiro cego” comenta as opiniões contrárias á visão darwiniana da origem da vida. Vemos a sua incoerência á toda prova,quando o mesmo em “Deus,um delírio” analisa o fato de que o eminente físico e cosmólogo britânico Sir Fred Hoyle,reconhecido como um dos mais criativos cientistas do século XX, a despeito de ser ateu,analisa que a probabilidade da vida ter surgido do nada,seria a mesma de um furacão passar por um ferro velho e transformar toda a desordem contida ali em um boeing 747 novinho em folha. A colocação de Dawkins soa como uma confissão explícita do caráter religioso de sua defesa do evolucionismo: “ É surpreendente quão necessário é este tipo de conscientização,mesmo na mente de cientistas excelentes(grifo do nosso)... Fred Hoyle foi um físico é um cosmólogo brilhante(grifo nosso),mas sua compreensão equivocada na teoria do boeing 747 e outros erros biológicos...sugere que ele precisava ter sido conscientizado por uma boa dose de exposição ao mundo da seleção natural...No nível intelectual,suponho que ele compreendesse a seleção natural.Mas talvez seja necessário ser impregnado da seleção natural,imerso nela,nadar nela,para que se possa realmente apreciar seu poder ”.Como é possível que um cientista excelente,brilhante,segundo as palavras do próprio Dawkins,tenha entendido intelectualmente a seleção natural e ao mesmo tempo não a tenha entendido.Entender de uma forma não intelectual,ser imerso,apreciar o poder, é uma questão de fé não de ciência. A propósito, os ateus se gabam da simplicidade da teoria darwiniana,fato que segundo eles a faz tão popular,capaz de ser entendida até por uma criança. Contudo quando um brilhante cientista não aceita a explicação frágil da teoria da evolução para a origem da vida, é porque o mesmo não a entendeu. Como é simples para os ateus argumentarem contra as críticas á sua teoria,se somos contra é porque não a entendemos! Isto é argumento científico?

Não sei como seria uma conversa entre o brilhante físico e o famoso biólogo,e como tal já não é possível uma vez que Sir Hoyle(o qual era um agnóstico,mas sem propensão a ser homem-bomba) já não está entre nós,gostaria no entanto de apresentar um fictício encontro dos dois para discutir a teoria da evoluçao,principal amparo da doutrina atéia:

_ Meu caro Richard,sinto muito,mas segundo minha lógica científica e considerando a alta complexidade do universo e da vida,não posso aceitar uma idéia tão frágil e insustentável cientificamente,como a teoria da evolução.

_ Mas Sir Hoyle, a seleção natural e a sobrevivência do mais apto,traz todas as explicações necessárias. Creio que o senhor não entendeu bem este conceito.

_ Entendi perfeitamente meu caro,como não poderia,se até uma criança pode entender? Como é um conceito bem fácil de ser entendido poderia resumi-lo da seguinte forma: A seleção natural é um processo evolutivo que busca explicar a adaptação e especialização dos seres vivos em determinados ambientes. Correto?

_ Sim,claro, o senhor entendeu,mas eu diria que não entendeu completamente.
_ Como assim? Agora eu realmente não estou entendendo o que você acha que eu não entendi. Mesmo não sendo um biólogo,como um cientista eu poderia lhe escrever um artigo explicando o que é e como funciona a seleção natural. E é exatamente por isso que não vejo como a adaptação e uma pequena variação dentro da mesma espécie,sem o surgimento de uma espécie totalmente diferente,seja capaz de explicar, por exemplo, como uma ameba poderia, como resultado da seleção natural,por mais tempo que se dê,chegar á complexidade de um ser humano.

_ Me desculpe Sir,acho que me expressei mal. Eu quis dizer que intelectualmente o senhor entendeu tudo, mas precisaria ser impregnado da seleção natural,imerso nela,nadar nela,para que se possa realmente apreciar seu poder.

_Ah,é isso? Sinto muito Richard,mas mesmo sendo um ateu ,eu baseio minhas conclusões a respeito da vida e do universo unicamente na lógica científica,e qualquer coisa que não possa ser entendida no âmbito intelectual,se torna objeto de fé e por conseqüência foge dos limites da ciência. Eu lhe aconselharia a direcionar seus estudos para a busca de evidências mais sólidas que as atuais para a comprovação de sua teoria,ao invés de querer que as pessoas acreditem nela.

Embora seja este um diálogo fictício,considerando o posicionamento real destes dois homens diante da teoria da evolução,creio realmente que se fosse possível hoje este encontro a conversa não seria muito diferente. Vimos nesta interpretação ateísta da “ignorância do poder da seleção natural” de Sir Fred Hoyle um pequeno aperitivo da atitude dos ateus diante de cientistas(não importando as credenciais) que têm pontos de vista incompatíveis com sua filosofia.

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