quarta-feira, 29 de julho de 2009

ATÈ QUE PONTO PODE UM CIENTISTA ATEU,QUESTIONAR A EXISTÊNCIA DE DEUS,TENDO COMO BASE A VISÃO MATERIALISTA?(opinião)



Em seu mais recente livro "Deus,um delírio" o biólogo e apóstolo do materialismo Richard Dawkins faz uma crítica ás religiões em geral e por conseqüência á crença em um Deus criador,uma vez que o mesmo em nenhum momento demonstra qualquer sinal de ter consciência de que são coisas diferentes.Com um humor característico Dawkins ao mesmo tempo que espera que qualquer leitor religioso ao finalizar o livro,passe a integrar as fileiras do ateísmo,declara ser tal desejo otimismo e presunção,uma vez que segundo ele “fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação”. Seu raciocínio é simples: Uma vez que após ler seus argumentos contra a religião,caso um leitor não mude de opinião,a razão é que o mesmo é um radical fundamentalista,não restando nenhuma outra possibilidade,como por exemplo que haja um leitor fora do modelo religioso, que simplesmente escolha optar em acreditar em Deus. Isso ele deixa claro quando diz: “ Mas acredito que há muita gente de mente aberta por aí...Espíritos livres como esses devem precisar só de um pequeno incentivo para se libertar do vício da religião. No mínimo,espero que ninguém que tenha lido este livro ainda possa dizer: “ Eu não sabia que podia” (Dawkins,Richard,Deus um delírio,Cia das Letras,2006,p.29,30). Acho oportuno incluir aqui esta opinião pelo fato de julgar necessário uma resposta ao delírio de Dawkins e seus colegas ateus,já que o biólogo ao escrever um livro cujo tema central é a religião,está tratando de um assunto que evidentemente foge do aspecto científico. A bem da verdade,se ele pode,por que não eu?

Proveitosamente em Deus, um delírio, o autor adequadamente repreende todas as heranças antigas e atuais que foram legadas pelo fundamentalismo religioso(analisaremos este ponto em postagem posterior),quais sejam: Guerras,preconceitos,perseguições,assassinatos,corrupções,e quaisquer outras atitudes nefastas que o leitor se lembrar,foram uma constante e ainda se apresentam de forma contumaz no mundo em que vivemos. Justiça seja feita,quando tais situações são tratadas por Dawkins como um legado nocivo que a religião deixou para a humanidade,minha atitude é de total concordância com a visão por ele apresentada. No entanto,conforme mencionei a pouco é importante deixar claro que o professor Richard interpreta o sistema religioso criado pelo homem como um sinônimo da atitude de um indivíduo que crê na existência de Deus,cometendo com isso um erro enorme de interpretação. É verdade que de certa forma não podemos culpá-lo pela limitação que o cerca ao tentar analisar um tema sobre o qual faltam-lhe vários subsídios de conhecimento. Portando uma patente de General entre os ateus atuais,munido portanto unicamente da visão materialista para questionar a crença no sobrenatural,confunde inevitavelmente, com sua ignorância do que seja a fé, Deus com a religião.

Analisar o fundamentalismo religioso e suas mazelas é uma tarefa relativamente fácil,haja visto a quantidade de material histórico á nossa disposição, e talvez fosse muito melhor realizada por um historiador do que por um biólogo. Mas quando a questão é uma análise da metafísica da fé, a simples avaliação dos resultados e influências históricas da interpretação da religião pelo homem e a atitude deste ao conceituar de forma errônea a informação recebida; limita completamente a obtenção da verdade. Em virtude disso, ao escrever sobre a crença em Deus,confundindo-a com a religião,a incapacidade de Dawkins para tratar o tema,fica evidente. Para que o leitor entenda melhor o que quero dizer,seria mais ou menos o mesmo que um analfabeto tentar entender um tratado sobre física quântica escrito em latim. Primeiro,ele precisaria aprender a ler,em seguida a fazê-lo em latim,e finalmente conhecer a física quântica. O fato de Richard Dawkins ser um ateu “praticante”,conhecer a religião como um fenômeno histórico e ser um biólogo competente, não o coloca a frente de tantos filósofos que com muito mais autoridade têm debatido a metafísica do sobrenatural e chegado a conclusões muito diversas das suas. Richard Dawkins é um biólogo ateu,a sua opinião sobre o entendimento e o conhecimento da existência de Deus,é a de um leigo.

A seguir mostrarei ao leitor a inconsistência da interpretação do autor de Deus,um delírio,ao confundir a crença em Deus com a religião. Para tal irei analisar apenas a questão da “religião” judaico-cristã,uma das mais abordadas no livro de Dawkins,as quais juntamente com o islamismo defendem a existência de um único Criador. Uma das críticas mais incisivas que Richard Dawkins faz em seu livro para questionar o Deus do Velho Testamento,é o fato de que este Deus escolheu um povo e por conta disso o protegeu em detrimento de outras nações,sendo que por vezes guerras e matanças foram perpetradas com o Seu aval. O autor faz um verdadeiro estardalhaço em cima da história relativa ao estabelecimento do reino de Israel nos tempos bíblicos. Aqui se vê a primeira demonstração de ignorância sobre o significado das escrituras e sua revelação quanto á ação de Deus nas diferentes eras. Conforme já dito,Dawkins baseou sua recente obra na informação adquirida sobre a história da interpretação da religião pelo homem,mas revelou-se um completo leigo na realidade da hermenêutica do Velho Testamento. A fim de entendermos claramente esta questão, devemos estudá-la de acordo com a sua verdade dispensacional. Segundo a teologia bíblica Deus tem uma maneira especial de tratar as pessoas numa determinada época ou dispensação. Se lermos a Bíblia sem considerar a dispensação, descobriremos muitas contradições difíceis de serem explicadas. Há que se reconhecer que existe uma progressão da verdade nos escritos da Bíblia. O que foi considerado perfeito no inicio do Antigo Testamento vem a ser imperfeito sob a verdade manifestada no tempo do Novo Testamento. A razão disso não são os diferentes conceitos do homem a respeito de Deus, mas sim os vários graus da revelação de Deus aos homens. Visto que Deus trata com o homem de acordo com a dispensação, Ele Se revela a ele paulatinamente, de acordo com Sua exigência para com ele naquela dispensação em particular. Muitos reconhecem apenas duas divisões na Bíblia: o Antigo e o Novo Testamento. Leitores cuidadosos entretanto, encontram na Bíblia uma síntese de sete dispensações. Tal divisão não é arbitrária; pelo contrário, é muito natural para os que lêem a Escritura com cuidado e estudo. Se ignorarmos estas distinções, vamos esperar que as pessoas de uma dispensação guardem a lei da dispensação de outra.

Não precisamos nos limitar á Bíblia para entendermos que eras diferentes se regem por dispensações diferentes, na própria cultura romana,em especial suas leis,das quais descendem a maioria dos códigos de leis ocidentais,podemos ver instrumentos que eram o normal na época e hoje seriam impensáveis,como por exemplo o direito de um pai romano sobre a vida dos filhos,podendo vendê-los ou até mesmo tirar-lhes a vida: “ Era o pai que poderia dispor de toda a propriedade pertencente á família,e o próprio filho podia ser considerado uma propriedade sua,porque os seus braços e o seu trabalho eram fonte de receita. O pai podia pois á sua escolha guardar para si este instrumento de trabalho ou cedê-lo a outro. Cedê-lo era o que se chamava de vender o filho....Pode se julgar por ai como no direito antigo a autoridade paterna era absoluta....este direito de justiça,exercido na casa pelo chefe de família era completo e sem apelação. Podia condenar á morte,como o magistrado fazia na cidade;nenhuma autoridade tinha o direito de modificar suas sentenças... Valério Máximo cita certo Atílio,que mata sua filha culpada por impudicícia,e todo mundo conhece aquele pai que matou o filho por cumplicidade com Catilina.”(Fustel de Coulanges,A Cidade Antiga,Martin Claret,2002,p.99,100,101)

Deveríamos rejeitar todas as nossas leis ocidentais que se originaram no direito romano,por ter sido este em uma determinada era(dispensação) totalmente abominável para a época em que vivemos? Evidente que não. Vivemos em uma dispensação diferente da vivida á época da Roma antiga,muitas das antigas leis romanas são um absurdo na atualidade,no entanto a cultura de nossas leis tem como origem o direito romano, e o fato de nossos antepassados terem praticado atos que seriam reprováveis hoje não muda a realidade de que tais atos eram aceitos naquela dispensação. Não precisamos ir tão longe no tempo,na idade média por exemplo, a família cumpria a função reprodutiva, a transmissão dos bens e dos nomes, mas isso não significava envolvimento afetivo e não existia idéia de sua responsabilidade na educação. Em tempos mais recentes ainda,mesmo nas culturas libertárias do ocidente,o comum era o pai decidir a vida do filho, seja a profissão ou o casamento. Atitudes estas que foram em geral suprimidas e totalmente modificadas pelo surgimento nesta era de uma dispensação diferente da anterior,o que não elimina a necessidade da humanidade de que aquela época fosse vivida.

Como analisar então o cristianismo que é a “religião” predominante no ocidente e por conseqüência a mais combatida por Dawkins e seus seguidores ateus? O cristianismo é o “Novo Contrato” feito por Deus com aqueles que Nele crêem,substituindo o Velho Testamento pelo Novo Testamento(NT),sendo portanto este último a instrução a ser seguida por estes na dispensação atual. Duvido que Richard Dawkins saiba que a palavra “religião” como observância de preceitos religiosos de uma doutrina,ou de um sistema ou ordem religiosa não aparece uma única vez no NT. Na verdade o termo “religião” não existe no NT. O que se vê nos escritos da assim chamada “Nova Aliança”,é uma mudança completa da dispensação do VT com vistas á realização do propósito de Deus em Seu relacionamento com os crentes do NT. Sejam nos ensinamentos de Jesus ou nos escritos de Paulo,João,etc, não se observam normas ou rituais a serem seguidos,ao contrário o que se observa são orientações de como viver o cristianismo segundo o padrão do NT. Na assim chamada “era da igreja” que se inicia nos Atos dos Apóstolos segue até o Apocalipse de João e perdura nos dias atuais o que se vê sempre que os cristãos se reuniam segundo o princípio do NT é uma busca pelo estudo e compreensão das Escrituras,seja pelo ensinamento dos mestres ou pelo aprendizado mútuo. Pelo fato de estarmos ainda na dispensação da era da igreja tal deveria ser também a atitude dos cristãos atuais. Se o que vemos hoje em diversas “igrejas’ é uma deturpação do objetivo original e do legado do NT , seja na propagação de doutrinas reprováveis como: evangelho da prosperidade,extrapolação e exploração de pretensos dons de cura,culto e verdadeira adoração a líderes oportunistas que se locupletam á custa da ingenuiedade alheia,etc, a responsabilidade de tal erro deve ser imputada á falha do homem em interpretar adequadamente a visão contida na Bíblia e não uma deficiência desta.

Não é meu objetivo nem minha função aqui tratar de aspectos teológicos para defender e explicar o cristianismo; para isso temos teólogos que poderão fazê-lo com muito mais propriedade,por isso me limitarei a apenas esta refutação das colocações de Dawkins em seu livro em que critica a fé em Deus confundindo-a com a religião sendo que todas as demais ali apresentadas qualquer leitor atento e desprovido de preconceitos materialistas poderá perceber que estão eivadas de inconsistências em razão da confusão que o autor faz dos conceitos de fé e religião. Desejo sim através destes poucos comentários chamar a atenção do leitor que o escritor de Deus,um delírio, assumindo sua condição maior de ateu do que de cientista;demonstra sua completa ignorância da mente de Deus ao abordar o aspecto histórico e moral da religião humana como se tal fosse a síntese da crença na existência de Deus. O ateísmo como qualquer corrente de pensamento deve ser uma livre escolha e ninguém deve ser julgado bom ou mau por adotá-lo como filosofia de vida. Da mesma forma ateístas como Richard Dawkins , não deveriam ser limitados por seu pensamento materialista impedindo-os de enxergar o fato de que muitas pessoas com o mesmo nível e até maior de intelectualidade que o seu,longe de serem fundamentalistas radicais, rejeitam o materialismo pelo simples fato de o acharem inconsistente e não por serem “religiosos”. Impossibilitados pela arrogância “científica” de reconhecer a sua limitação ao tratar de assuntos sobre os quais são ignorantes,querem fazer crer que são os donos da verdade. Richard Dawkins é um pensador ateu,portanto seus escritos sobre a metafísica que envolve a existência de Deus são apenas conjecturas de um leigo que pouco pode acrescentar. Pobres cientistas ateus com sua visão limitada da ciência! Bem dizia a médica italiana Maria Montessori: “ Especialmente na ciência precisamos de imaginação,nem tudo nela é matemática ou lógica,mas há algo de beleza e poesia.”

ADÃO TRABALHAVA NO ÉDEN?
























Uma crítica com relação á coerência do texto bíblico a qual me deixou estupefato ,fazendo com que eu me esforçasse para realmente saber se eu tinha entendido é a seguinte: “ Ora Deus colocou o homem no jardim do Eden,e o incumbiu de cultivá-lo e guardá-lo,como então depois da queda Deus o castiga com algo que era sua atividade normal?”. Espero que o leitor atente bem para este questionamento,para que sempre que apresentarmos o ateu-praticante,como alguém,”que não crê porque não crê e pronto”,percebam que não é nenhuma perseguição ou exagero.


Vamos analisar o texto com o mínimo de atenção necessária para que vejamos o disparate de tal questionamento. Gn 2: 8-9b,15: “ E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden,na direção do oriente,e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis a vista e boas para alimento...Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden,para o cultivar e o guardar". Agora vejamos o texto referente ao castigo imposto após a desobediência: Gn 3:17b,18,19a,23 : “... maldita é a terra por tua causa;em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.Ela produzirá também cardos e abrolhos,e tu comerás a erva do campo.No suor do rosto comerás o teu pão...O Senhor Deus,por isso, o lançou fora do jardim do Éden,a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”


Ora,basta o mínimo de capacidade interpretativa textual,para se perceber que o Éden,era um local separado do restante da terra,um lugar de prazer,delícias,completamente preparado por Deus para o deleite deste ao colocar ali o ápice de sua criação,o homem. Cultivar um jardim,totalmente preparado,cheio de árvores que dão fruto,é totalmente diferente de arar uma terra de sol a sol para tirar dela o sustento. É comum um grande empresário,que passa o dia dando ordens,de paletó e gravata,ter como hobby cuidar,e cultivar um jardim em seu sítio ou casa,ação esta que para o mesmo é um deleite. Pergunte a ele que como gosta de cultivar o seu jardim maravilhoso,tendo prazer em ver a beleza de cada ítem ali,se ele gostaria de ir capinar um alqueire de terra virgem que você tem e que precisa plantar milho e feijão ali.


Está mais do que claro no texto que o Èden era um local de prazer separado por Deus para a habitação do homem,após a queda o castigo que lhe foi imposto o lançou fora desta esfera de prazer e deleite,para uma terra inóspita onde não havia nenhum jardim com tudo á sua disposição,e portanto teria de trabalhar de sol a sol para se sustentar. Explique isso a um criança no primário,faça o desenho dos dois ambientes,e pergunte a ela,onde ela preferiria cultivar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

EVA FOI MESMO FORMADA DA COSTELA DE ADÃO?














Um popular erro de tradução de Gênesis 2:20-21 tem levado por séculos um mito ainda muito difundido,o de que Deus fez Eva de uma das costelas de Adão,e como consequência as corriqueiras críticas dos ateus. Uma cuidadosa tradução do hebraico,revela um cenário diferente. A palavra traduzida por "costela" é "tselá" e a mesma é empregada no texto bíblico em referência " o lado do homem". O mesmo termo é o usado em Êxodo 25:12,14,referindo-se aos lados da arca da aliança. Usa-se o vocábulo também para descrever "um local dentro de um rescinto"(Ex.26:35). Além disso significa uma câmara. Havia três andares dessas câmaras ao redor do templo propriamente dito( 1Rs 6:5;Ez 41:6). A palavra "costela" no hebraico bíblico é " 'alâ",que é um cognato de "tselá",ou seja tem a mesma raiz. O entendimento correto aqui é que Deus tirou "uma parte do lado de Adão".

Primeiramente Deus fez cair um pesado sono sobre Adão,tal qual o sono induzido por uma anestesia. Enquanto Adão dormia,Deus removeu uma porção( como uma biópsia),do lado de Adão,e usou este tecido na construção de Eva. O texto não diz que Deus fez Eva apenas e totalmente do tecido que retirou de Adão. A indicação aqui é que a porção retirada de Adão teve um papel significante e substancial na criação de Eva por Deus. Com o entendimento que temos atualmente da genética entendemos o grande atalho que esta biópsia de Adão representaria. Esta biópsia incluiria um completo esboço de todas as células de Adão,seu mecanismo bioquímico e morfologia. Com alguns milhões de modificações aqui e ali se alcançaria as diferenças, desejadas para a mulher e o diagrama de Eva estaria completo.

O novo Testamento lança mais luz sobre porque Deus pode ter escolhido construir Eva de uma amostra do tecido de Adão: " No Senhor...nem a mulher é independente do homem,nem o homem, independente da mulher.Porque como provém a mulher do homem,assim também o homem é nascido da mulher.. (1Co 11;11-12) . Deus criou o homem e a mulher como seres interdependentes. Em Seu pré-conhecimento de como mais tarde se debateriam na questão da superioridade,Ele escolheu um meio para criar a raça humana,macho e fêmea,o que deixaria claro em todas as culturas e gerações ,sua igual porém distinta interdependência.




N.A: Baseado em Hugh Ross,The Genesis Question,p. 75,76.

domingo, 26 de julho de 2009

LEMBRETE



Considerando a dinâmica do blog,e a quantidade de temas que serão tratados da maneira mais completa possível,e o leitor sabe que o tempo despreendido para tanto não é pouco; reeitero que qualquer referência de fontes e respaldo de estudiosos e sábios e cientistas que abalizam as opiniões aqui elencadas,caso não constem no artigo e desejem ser conhecidas pelos leitores,poderão ser solicitadas no email do blog,que serão atendidas.

AS DUAS NARRATIVAS DA CRIAÇÃO EM GN 1 E 2 ESTÃO EM CONTRADIÇÃO?





Gênesis 1:1 diz:No princípio criou Deus os céus e a terra…”. Depois, em Gênesis 2:4, na falta de um entendimento gramatical correto ,sujeita-se o leitor ao erro de ver uma história diferente da criação. A idéia errada sobre a existência de duas narrativas sobre a Criação é bastante comum. No entanto, é fácil perceber ver que essas passagens descrevem o mesmo evento da Criação. Elas não discordam sobre em qual ordem as coisas foram criadas, portanto, não se contradizem. De acordo com a opinião errada, Gênesis 1 afirma que Deus criou a terra, então a vegetação, então os animais, então o homem; enquanto Gênesis 2 afirma que Deus criou a terra, então o homem, então as plantas, então os animais. Na verdade, enquanto Gênesis 1 descreve os “Seis Dias da Criação” (e um sétimo dia para descanso), Gênesis 2 descreve apenas um dia da semana da Criação,a saber, o sexto dia .Não existe nenhuma contradição,como se comprovará a seguir. Vamos começar nossa investigação dos primeiros cinco versículos da narrativa em Gênesis 2 . Como a passagem de Gênesis 1 na verdade termina com o terceiro versículo do segundo capítulo, vamos começar a narrativa de Gênesis 2 no quarto versículo.
"Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou" (v.4). A palavra hebraica aqui traduzida “gênese” é "toledot". Ela aparece mais doze vezes no livro de Gênesis (5:1, 6:9, 10:1, 32, 11:10, 11:27, 25:12, 13, 19, 36:1, 9 and 37:2) e mais doze vezes no resto do Velho Testamento, sempre em referência à linhagem humana (sem exceção). A palavra “quando” aqui se refere a um período de tempo não especificado. Convém explicar, que os tempos verbais conhecidos no português e em várias outras línguas,não existem no hebraico bíblico,na verdade o hebraico na Bíblia utiliza apenas três formas verbais ,ação completada,ação não completada ainda e imperativo. O verbo em Gn 2:19,por exemplo,aparece na primeira forma e simplesmente que a criação dos animais do campo e aves,ocorreram em algum tempo do passado. O texto não diz nada a respeito de quando tais creaturas foram criadas em relação ao primeiro homem.Da perspectiva gramatical hebraica aqui,eles poderiam ter sido feitos tanto antes como após o homem. A sequência de eventos físicos não é o foco de Gênesis 2. Este foi o propósito e o foco de Gênesis 1,e o escritor claramente posicionou o assunto aqui a parte do que fora anteriormente mencionado. O foco mudou para outras questões.

Uma leitura direta do quarto versículo seria algo assim: “o que segue é a descrição da linhagem humana dos céus e da terra na era quando Deus os criou”. Não especifica o primeiro dia, ou o segundo, ou o oitavo dia. Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo (v. 5). A palavra hebraica traduzida aqui como “campo” é "sadeh". Refere-se a um terreno pequeno ou a um campo cultivado. A palavra “terra” é "erets". Refere-se a um terreno maior, ou ao planeta como um todo. Essa é uma distinção bem importante, distinção essa que vemos não só nessa passagem, mas também no resto do livro de Gênesis (23:13, por exemplo) e por todo o Velho Testamento (Levítico 25:2-3, por exemplo). Enquanto a vegetação de Gênesis 1:11-12 era a de um tipo geral, a vegetação de Gênesis 2:5; 8-9 era de um tipo específico. As “plantas de sadeh” e as “ervas de sadeh” se referem à agricultura, "sadeh" significando um campo cultivado.Note que ainda não existia agricultura porque Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Em destaque aqui estão duas das quatro coisas necessárias para a agricultura (o homem para lavrar o solo e chuva, as outras duas coisas sendo solo fértil e luz solar). O texto não apenas se refere especificamente às plantas agrícolas de um campo cultivado; também implica que duas das coisas necessárias à agricultura ainda estavam em falta. Além disso, é óbvio que isso não significa plantas em geral, pois isso seria o mesmo que dizer que não há selvas, florestas ou prados em nenhum lugar porque o homem ainda não tinha lavrado o solo, esse é um pensamento ridículo. Não, a vegetação descrita aqui é a de horticultura. É a administração da agricultura. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo (v.6). Note que terra e água (em forma de neblina) já existiam a esse ponto. Só não tinha chovido ainda. Gênesis 2 não é uma narrativa da criação da terra e água; isso já tinha acontecido em Gênesis 1. "Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente "(v.7). Aqui, ao apresentar a linhagem humana dos céus e da terra na era quando foram criados, o autor retrocede na sequência cronológica ao sexto dia, quando Deus criou o homem, um lugar apropriado para começar. Podemos encontrar essa ferramenta literária – quer dizer, retroceder na sequência cronológica para entrar em detalhes – em outros lugares da Bíblia também. Considere 1 Reis 6-7. No capítulo seis lemos sobre a construção do tempo de Salomão. A construção é terminada com o último versículo do capítulo, versículo 38: “E, no ano undécimo, no mês de bul, que é o oitavo, se acabou esta casa com todas as suas dependências, tal como devia ser. Levou Salomão sete anos para edificá-la”. Então, no primeiro versículo do próximo capítulo, o autor segue a descrever a construção do templo de Salomão: “Edificou Salomão os seus palácios, levando treze anos para os concluir”. No versículo 12, o autor termina com o palácio. Então, no versículo 13 do capítulo 7, ele volta ao início da construção do templo, com isso voltando em sua sequência de tempo, a qual ele tinha completado no capítulo 6, antes mesmo de descrever a construção do palácio no capítulo 7. Dessa mesma forma, o autor de Gênesis apresenta a criação do homem no sexto dia no primeiro capítulo porque o homem é o ponto principal da história da Criação. Então, no segundo capítulo, o autor retorna ao sexto dia para entrar em mais detalhes sobre a narrativa que começa em 2:4.
Vê-se aqui mais uma vez que as críticas dos ateus -que não raras vezes as fazem indicando que em sua opinião os que aceitam a Bíblia como consistente não estão usando a inteligência- se revelam embasadas em preconceitos e desconhecimento completo da exegese baseada no conhecimento gramatical e do hebraico bíblico. Evidente que tal posição toma muitos menos tempo e se torna muito mais fácil,do que aprender gramática e hebraico. Daí a razão de falarem tanta bobagem!

sábado, 25 de julho de 2009

QUEM FOI A ESPOSA DE CAIM?







Muitos céticos tem usado a esposa de Caim,para criticar e lançar dúvidas sobre a credibilidade do livro de Gênesis e da sua correção como registro histórico. Aqui vemos um caso típico da crítica a qual se exime totalmente de uma observação correta e uma atenção a importãncia de cada palavra no texto bíblico,uma vez que em um livro de apenas cincoenta capítulos suscintos temos um relato de um período longo de tempo.

A Bíblia não relata especificamente quem foi a esposa de Caim.É muito provável que a esposa de Caim tenha sido sua irmã, sobrinha ou sobrinha-neta, etc. A Bíblia não diz qual a idade de Caim quando matou Abel (Gênesis 4:8). Uma vez que ambos viviam da terra, eram provavelmente adultos, possivelmente já com suas próprias famílias. Adão e Eva certamente haviam tido mais filhos além de Caim e Abel na época em que Abel foi assassinado,evidentemente para a intenção de Deus e sua revelação a história dos dois irmãos,deveria ser mencionada. A bíblia apresenta, primeiro, a narrativa seguida da vida de Caim (Génesis 4:1-24) e só depois enumera a genealogia de Adão (Génesis 5). Isto não quer dizer que tudo aquilo que é descrito no capítulo 4 precedeu aquilo que é descrito no capítulo 5, nomeadamente, que Adão só teve mais filhos além de Abel, Caim e Sete depois de tudo aquilo que nos é dito no capítulo 4 de Génesis.
Nos livros de História é normal o capítulo dedicado a determinado acontecimento conter uma introdução geral sobre o mesmo e só depois um relato cronológico. Por exemplo, o capítulo sobre a Segunda Guerra Mundial poderá ter uma introdução a informar sobre os países que estiveram envolvidos, as razões que conduziram à guerra, os vencedores e os vencidos, etc, e só depois relatar os eventos de forma contínua e cronológica.O escritor destes capítulos de Génesis fez algo do género (até porque o capítulo 5 não menciona Caim e Abel, filhos anteriores a Sete).
Ao cabo de dias…”
Génesis 4:3 diz que “Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor“. Não se pode precisar quanto tempo significa este “ao cabo de dias”. Em inglês, a mesma expressão diz: “In the course of time( no curso do tempo)“Em nenhum momento no texto está explícito que Adão só teve os dois filhos,mas para qualquer pessoa que entenda de interpretação de um texto,o que se menciona aqui é o que importa para o autor. O relato de que Adão e Eva tiveram muitos filhos depois de Abel ser assassinado em nenhum momento significa que não os tiveram também antes. (Gênesis 5:4),. O fato de Caim ter temido por sua própria vida depois de ter matado Abel (Gênesis 4:14) indica que provavelmente havia muitos outros filhos e talvez até netos ou bisnetos de Adão e Eva naquele tempo. É evidente que Caim escolheu uma esposa entre suas irmãs, ou talvez sobrinhas. Enquanto depois, o casamento com a própria irmã foi condenado como fornicação (Levítico 18), isso foi permitido naqueles primeiros tempos da terra, por causa da necessidade prática.
Caim ao “sair de diante da face do Senhor”,levou sem dúvida esposa e filhos. A expressão “conheceu Caim sua mulher” não se refere ao conhecimento de uma nova pessoa;é uma expressão muito usada na Bíblia para relatar a relação íntima de um casal para a geração de filhos. A expressão “conheceu a sua mulher”, tantas vezes utilizada na Bíblia, não significa “ver pela primeira vez” mas sim “ter relações sexuais”. No mesmo capítulo vemos “Conheceu Adão a Eva, sua mulher” (Génesis 4:1) e “Tornou Adão a conhecer a sua mulher” (Génesis 4:25). Adão já tinha estado com a sua mulher antes de ambos os relatos bíblicos. Ninguém no seu perfeito juízo iria dizer que Adão era esquizofrénico ou tinha má memória.
Em várias versões se opta por traduzir o " conhecer" aqui,por "coabitar"O que significa é que, antes de ter relações sexuais com ela, Caim já tinha convivido com a sua mulher. Ele era casado antes de ir para a terra de Node. Mas só em Node é que a sua mulher procriou.É evidente que “conhecer” aqui se emprega para enfatizar o nascimento de Enoque. O texto não fala que Adão e Eva só tiveram Caim e Abel de filhos,"ao cabo de dias",muito mais naquela época pode significar muito tempo,período este que muitos podem ter migrado para Nod e com certeza haveriam pessoas lá para se construir uma cidade.Como Adão e Eva foram os primeiros (e únicos) seres humanos, seus filhos não tinham outra escolha a não ser o casamento entre si. É provável que entre o versículo 2 e o 3, Adão e Eva tenham tido mais filhos (os mesmos que Caim recearia, após assassinar seu irmão Abel – Gênesis 4:14). Provavelmente, só Sete é referido por este fazer parte da linhagem de Jesus Cristo (Lucas 3:23-38).
Neste ponto, Deus não proibiu o casamento dentro de uma mesma família; somente o fez muito mais tarde, quando já havia suficiente número de pessoas para que o casamento dentro da mesma família não fosse mais necessário (Levítico 18-6-18). A razão pela qual o incesto freqüentemente resulta em anormalidades genéticas nos filhos se explica no fato de que duas pessoas de genética semelhante (por exemplo, irmão e irmã), ao terem filhos, os expõem a uma maior probabilidade de defeitos genéticos, pois tanto o pai quanto a mãe têm os mesmos defeitos em seus próprios genes. Quando pessoas de famílias diferentes têm filhos, é altamente improvável que ambos tenham os mesmos defeitos genéticos. O código genético humano tem se tornado altamente “poluído” através dos séculos à medida que os defeitos genéticos vão se multiplicando, ampliando e sendo passados de geração em geração. Adão e Eva não tinham defeitos genéticos, o que permitiu que tanto eles quanto as primeiras gerações de seus descendentes pudessem gozar de uma saúde muito melhor do que a que temos agora. Os filhos de Adão e Eva tiveram poucos defeitos genéticos, se é que os tiveram. Por isso, era seguro que se casassem entre si. Pode parecer estranho ou causar repulsa imaginar a esposa de Caim como sua própria irmã. No começo, uma vez que Deus começou com um homem e uma mulher, a segunda geração não teve outra escolha a não ser o casamento entre si.
O leitor inteligente,e que observa a necessidade de atentar para cada detalhe das Escrituras que trazem importantes informações de forma suscinta,perceberá que a crítica feita em tom de ironia pelos ateus,revela uma extraordinária demonstração de incapacidade de analisar um texto,ou então de deliberadamente ocultarem o que não apóia suas críticas.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

COMO ADÃO NOMEOU OS ANIMAIS EM UM ÚNICO DIA?





Antes de iniciarmos o primeiro esclarecimento ás críticas ao texto bíblico,gostaria de salientar que minhas referências nos artigos anteriores ao fundamentalismo ateu,se refere unicamente á posição destes quando confrontados com um debate de idéias diferentes das por eles defendidas; não significando uma crítica ao indivíduo enquanto ser humano. O fato de agirem quase que como cegos diante de opiniões opostas ás suas,não os desqualifica no âmbito do caráter pessoal;sendo que se pode encontrar entre eles,pessoas dóceis,amigáveis e de excelente comportamento humano,a ressalva que aqui foi feita se refere unicamente á sua posição extremista e avessa á qualquer oposição ás suas idéias,a ponto de na maioria das vezes tomarem atitudes completamente contrárias ao uso sensato da mente.


Passemos então á análise do tópico título deste artigo.
O primeiro questionamento nesta questão segundo os ateus reside em como Deus iria trazer todos os animais até Adão, e quanto tempo isso tomaria considerando as diversas regiões da Terra. Aqui nos deparamos primeiramente com um erro conceitual primário do ateísmo, ora independente de se Deus existe ou não, semânticamente quando se fala em Deus,pressupôe-se a idéia de um Ser não limitado a tempo ou espaço,mas com acesso a dimensões não acessíveis na esfera humana( trataremos da extra-dimensionalidade divina em outros artigos). Portanto colocar um obstáculo espaço-temporal ao conceito de Deus( o crer ou não, não modifica o conceito), demonstra um argumento de alguém que não deseja o debate, mas sim o silêncio.
Mas por outro lado,Adão está limitado ás dimensões do espaço-tempo,e portanto temos de responder ao questionamento que nos foi proposto. Não devemos ser dogmáticos quanto ao número atual de espécies na Terra. O zoólogo da Universidade de Oxford Robert May explica: " No nível puramente factual nós não sabemos dentro de uma ordem de magnitude quantas espécies de plantas e animais existem no planeta:menos de 2 milhões foram catalogadas e a estimativa do número total varia de 5 milhões a 50 milhões.(May,R.M,How many species are there on Earth? Science 241: 1441-1499,1988.) Há vários fatores que podem não ser imediatamente óbveis ao leitor casual,e devem ser considerados. Em primeiro lugar,Adão não teve de ir aqui e acolá atrás destes animais. Gn 2:19,claramente declara que " Deus trouxe os animais a Adão( conforme tratamos acima). Em segundo lugar, embora muitos aleguem que as espécies que Adão teria de observar e nomear alcançaria a cifra de milhões o número real seria uma pequena fração disso.
Note bem,que a Escritura declara explicitamente que Adão nomeou todos os "animais domésticos"(hebraico= behemah),"as aves do céu"(hebraico= oph hashamayin),e todos os "animais do campo"(hebraico= chayyah hassadeh). Não há nenhuma indicação de que Adão nomeou os peixes,ou qualquer organismo marinho,nem os insetos,coleópteros,ou aracnídeos. de fato entre as 2 milhões de espécies conhecidas,98% são invertebrados, que incluem uma variedade de animais desde esponjas,águas-vivas,vermes,moluscos e insetos. Os restantes 2% são vertebrados e chegam a aproximadamente 40.000 espécies( Burnie,D.Animal, microsoft encarta,online Encyclopedia 2002, encarta.msn.com). Este número é ainda reduzido quanto os 25.000 vertebrados marinhos(Orr,J.W, 'Fish',ref.2),e 4.000 anfíbios(Ref,2,"Vertebrate) são descontados,uma vez que estes claramente não se encaixam em nenhuma das categorias de animais listados em Gn 2:20.
Ademais,levando-se em conta que a "especiação" desde a criação,antes da criação do homem,tenha sido uma ocorrência constante(ex. carneiro,lhama,alpaca),as restantes 11.000 espécies de vertebrados em questão teriam muito provavelmente descendido de um número ainda menor de proto-espécies. Cada uma destas teriam sido as descendentes de animais no grupo que os taxinomistas denominam "gênero"( ou possivelmente uma ordem taxonomica mais elevada,conhecida como "família"( Batten,D, Lingers and Wholphins,What's next? Creation 22( 3) 28-33,2002:) Isto aponta para vários exemplos de híbridos férteis entre os membros de diferentes gêneros dentro de uma família),a qual o relato de Gênesis chama de "espécie".( Willians,P.J., What does "Min" mean?,TJ,11(3) :344-352,1977).
Uma vez que muitos "gêneros" contém dezenas,até mesmo centenas de "espécies" ,é muito mais provável que Adão teve de nomear somente um par de milhar destas proto-espécies,uma tarefa que poderia fácilmente ser alcançada em poucas horas. Supondo,diante disso,que Adão tenha nomeado 2.500 proto-espécies(gênero),e que o tenha feito á razão de 1 a cada 5 segundos,a tarefa teria sido feita em 3 horas e 45 minutos,incluindo cinco minutos de intervalo a cada hora.
Vejamos outra possibilidade ainda considerando os números acima: Se Adão fosse examinar um membro(ou membros) de cada espécie( a palavra hebraica para "espécie" usada em Gn 1:11,12,21,24,25, pode ter um significado mais extenso que o português para "espécies"),por 30 ou 60 minutos para se certificar de suas características,antes de determinar-lhes um nome apropriado,ele necessitaria cerca de um ano para completar a tarefa(supondo 44 horas semanais). Um ano pode parecer um longo tempo para nós,mas para Adão representaria uma pequena fração de sua expectativa de vida(trataremos do assunto sobre a longevidade alta do homem antes da queda em artigo posterior) .
Aqui vemos nos valendo da ciência,que não há nenhum absurdo no texto de Gênesis,quando se presta atenção,ao invés de ler munido de preconceito. Mas o que mais me incomoda e entristece,não como alguém que crê na Bíblia como a palavra do Deus Criador,mas como um ser pensante,é que tal disposição negativa impede os ateus de atentarem para a coisa mais básica quando se lê,qualquer texto,ou seja qual o objetivo principal,a idéia central que se quer comunicar. O que é importante notar aqui é que o propósito de Deus em desfilar todos estes animais diante de Adão,não é o nome que ele daria aos mesmos( o próprio Deus poderia tê-lo feito),mas sim mostrar a Adão que o homem era diferente em espécie de toda a criação,que nenhum destes animais poderia jamais servir como uma companhia,física,emocional,intelectual ou espiritual,para ele Adão, por conta disso criou em seguida a partir de uma porção retirada de um dos lados do homem o complemento que lhe seria adequado.,Inferindo no texto vemos que assim como Adão,Deus deseja uma extensão,a qual é o Ser Humano . O que esta passagem quer mostrar é que o homem é o centro da criação de Deus.Em nenhum ítem da criação a não ser o homem, Deus soprou um elemento proveniente Dele mesmo para o seu interior,tornando o homem um recipiente contendo o "ar"(pneuma,espírito) divino. Em Zacarias 12:1b,vemos a consistência do texto bíblico,e do entendimento correto da mensagem apresentanda em Gênesis: " Fala o Senhor,o que estendeu o céu,fundou a Terra,e formou o espírito do homem dentro dele." A Escritura em Gênesis é clara,coerente,e totalmente aplicável a esfera humana,e responde a pergunta título,no entanto a lástima do paradigma ateu os impede de enxergar o ponto central do texto,preferindo o preconceito ao uso da inteligência,a qual Deus deu a todos os homens,inclusive a eles.
N.A: As explicações científicas e taxonomicas neste artigo baseiam-se em texto de Andrew Kulikovsky,especialista em Ciência da Computação e Informação da Universidade do Sul da Austrália,por terem estas a completa anuência do autor do blog.

FUNDAMENTALISMO ATEU:HOMEM-BOMBA(2)(opinião)




Convém agora examinarmos um fato profundamente revelador do fundamentalismo ateu,qual seja o momento quando se deparam com expoentes da ciência que rejeitam o ateísmo. Não vou tratar do caso de Isaac Newton,considerado o maior expoente da ciência em todos os tempos,e que escreveu mais sobre a Bíblia do que sobre física,mas analisarei dois nomes mais modernos,a saber Albert Einstein e Stephen Hawking. Se você deseja ver um ateu irado,diga-lhe que ambos não eram ateus.(E se proteja!). Vejamos os fatos.

Albert Einstein juntamente com Newton formam a dupla que revolucionou o pensamento científico. O que dizer de Eistein então no que tange ao debate sobre o ateísmo? A tarefa aqui é um pouco mais difícil pois não vemos no formulador da teoria da relatividade uma explicitude com relação á esta questão. Einstein tinha em Spinoza seu pensador preferido e muito em função disso,muitos pensam errôneamente que ele era panteísta. Outra razão para esta suposição inadequada é que o próprio Einstein deixava sempre claro a sua descrença em um Deus antropomórfico o qual pudesse interferir na vida dos mortais e ouvir suas orações,acreditava ele que grande parte das mazelas promovidas pelas religiões tinha neste conceito sua causa primeira.


A pergunta “você acredita em Deus” sempre foi uma rotina na vida do físico,principalmente após ele ter proferido a famosa frase “Deus não joga dados”,quando criticava o caráter probabilístico da mecânica quântica. Os ateus quando defrontados com esta declaração por ser ela propícia ao Criador Inteligente,são rápidos em afirmar que a mesma não pode ser tirada do contexto,e reafirmam que como Spinoza Eistein era panteísta. Qual era de fato então a posição do cientista diante da pergunta sobre a existência de Deus?
Embora Einstein sempre tenha se pronunciado de maneira sutil sobre o assunto,mantendo sempre um certo mistério,não nos faltam em suas obras editadas,discursos,cartas e artigos em que ele se manifesta sobre o tema.A maioria veio a partir de 1930,motivados principalmente por vários mal entendidos do lado dos teólogos e de outras pessoas que estimavam ser ele ateu. A maior parte deste material está incluído em “ The World as I See it”(1949) , “Out of my later days”(1950) e “Ideas and Opinions”( 1954). Quando questionado por um rabino em 1929,sobre se acreditava em Deus,ele respondeu que acreditava no deus de Spinoza,o qual revela a si mesmo nas leis harmônicas do mundo,não em um deus que se preocupa com o destino e os feitos da humanidade.Ora,fica claro que sendo Spinoza panteísta ele(Spinoza) não acreditava em “um” deus mas em várias coisas como Deus. Einstein,que ao que parece não gostava de ser questionado a respeito,deixava claro aqui a sua não concordância com o deus do modelo judaico-cristão com o qual estava mais familiarizado devido á influência em sua vida pregressa de judeu; mas ele não tomou o panteísmo de Spinoza,como deixou claro,certa vez quando questionado para definir Deus: “ Eu não sou um ateu,e não acho que possa chamar a mim mesmo de panteísta”. Esta é uma resposta clara e definida sobre a questão,não há o que se falar em contexto diante de uma definição própria da sua posição diante da religião. Max Jammer que estudou bastante o tema conclui: “ Einstein concordava com Spinoza que aquele que conhece a Natureza conhece Deus,mas não porque a Natureza é Deus,mas porque a busca pela ciência no estudo da Natureza leva á religião.” O próprio Einstein ainda diria: “ A ciência sem a religião é aleijada,a religião sem a ciência é cega”(8).Para deixar mais claro esta questão vejamos o que diz Walter Isaacson,autor da mais recente biografia de Einstein,” Einstein,sua vida seu universo”,o autor cita uma célebre entrevista dada pelo físico a George Sylvester Viereck,o qual faz perguntas objetivas a Einstein,como por exemplo: “ O senhor aceita a existência histórica de Jesus?” Vejamos a resposta: “ Sem dúvida! Quem pode ler os evangelhos sem sentir a presença real de Jesus? Sua personalidade pulsa em cada palavra. Não há nenhum mito que esteja imbuído de tanta vida”.O entrevistador prossegue: “ O senhor acredita em Deus? Resposta: “ Não sou ateu. O problema ai envolvido é demasiado vasto para nossas mentes limitadas. Estamos na mesma situação de uma criancinha que entra numa biblioteca repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito esses livros.Ela não sabe de que maneira,nem compreende os idiomas em que foram escritos. A criança tem uma forte suspeita de que há uma ordem misteriosa na organização dos livros,mas não sabe qual é essa ordem. É essa,parece-me,a atitude do ser humano,mesmo do mais inteligente,em relação a Deus. Vemos um universo maravilhosamente organizado e que obedece a certas leis;mas compreendemos essas leis muito vagamente.”. Isaacson segue analisando a atitude de Einstein com relação á crença em Deus: “ A vida toda Einstein foi coerente ao rebater a acusação de ser ateu”: “Há pessoas que dizem que não existe Deus”,disse ele a um amigo.” Mas o que me deixa mais zangado é que elas citam meu nome para apoiar essas idéias... O que me separa da maioria dos ateus é um sentimento de total humildade com os segredos inatingíveis da harmonia do cosmos.”.Embora,como já disse, Einstein fosse bastante sutil nesta questão,ele deixou claras pistas sobre seu deísmo(*) e sua aceitação de uma criação inteligente,como por exemplo: “ Estou satisfeito com o mistério da eternidade da vida e com a consciência e o vislumbre da maravilhosa estrutura do mundo existente,juntamente com um devotado esforço para compreender uma parte,ainda que minúscula,da Razão que manifesta a si mesma na natureza”
.
Estou certo que o leitor imparcial e atento na busca pela verdade,perceberá claramente o entendimento de Einstein de uma criação com propósito,a qual ele estava certo de que não jogava dados para realizar seus feitos.No pensamento citado acima ele mostra claramente uma Razão que se manifesta na natureza,não várias razões na natureza. Fica claro portanto que de forma alguma o ateísmo pode reivindicar para seus quadros de cientistas ateus o gênio de cabelos desgrenhados. Einstein foi reconhecidamente misterioso sobre o assunto,mas se formos olhar para as pistas deixadas, o ateísmo não é uma opção.

Para completar menciono também um cientista que dá sinais claros de enxergar a criação inteligente no universo, Stephen Hawking,considerado um dos maiores cientistas da atualidade,o qual muitas vezes é apontado como ateu,mas demonstra indícios fortes de deismo.Em seu famoso livro”Uma breve história do tempo”,o físico não vê nenhuma dificuldade em crer na existência de Deus.Ao contrário ele considera muito interessante a hipótese teológica,qual seja,a idéia de que entender Deus poderia ser o alvo máximo da física,fazendo a ressalva de que para chegar lá o caminho é a ciência e não o misticismo ou a metafísica.Diante da pergunta se Deus teve um papel antes do big bang,Hawking admite que sim dizendo: “ acho que só Ele pode responder porque o universo existe.”(algum ateu-praticante que diga que a frase foi tirada do contexto e que teria sido proferida em tom de ironia,sugiro que leia Hawking) Em duas de suas principais obras “ O universo numa casca de noz” e “Uma breve história do tempo”,não se vê nenhuma posição clara de ateísmo,mas sim uma forte indicação de deísmo. Como os ateus convictos como Dawkins adoram se declarar,sem uma declaração explícita de Hawking sobre o assunto, no mínimo,restam dúvidas.

Outra estratégia fundamentalista lamentável dos ateus contra os cientistas que crêm no Deus Bíblico ou mesmo contra os deístas ,é a tentativa por parte destes de enquadrar como não científicas todas as posições dos especialistas que se opõe ao ateísmo por serem os primeiros ligados a alguma profissão de fé e os últimos simpatizantes á idéia de um Criador . Por mais embasadas que sejam á luz da ciência seus trabalhos sobre o tema,respaldadas por seus impecáveis currículos acadêmicos,não podem eles segundo os ateus serem considerados cientistas porque acreditam em Deus. Ao invés de contestarem os artigos e livros destes cientistas ,com evidências melhores do que as parcas a que se apegam,acham mais fácil tentar por meio do fundamentalismo dogmático ateísta,denegrir a capacidade de seus opositores. Tamanha xenofobia intelectual não é encontrada nem na idade média.


(*) Deísmo:O deísmo é uma postura filosófica e NÃO religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas rejeita a idéia de revelação. É uma doutrina que considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada.


N.A: Todas as referências das citações aqui elencadas e reproduzidas estão á disposição do leitor,e podem ser solicitadas através do email do blog.

FUNDAMENTALISMO ATEU:HOMEM-BOMBA(1)(opinião)




Vejamos um exemplo bem atual de homem-bomba ateu. Consideremos o ateu mais em evidência nos dias de hoje, Richard Dawkins que em suas obras mais comentadas, “O Relojoeiro Cego” e “ Deus,um delírio”,deixa bem claro que em sua opinião todo não ateu,é um ignorante. Veja,que eu não disse todo “ religioso”,pois para Dawkins, não é necessário que você seja um religioso praticante,mas basta que acredite em Deus para ser eliminado do rol dos seres que pensam. Deveríamos supor então que o famoso biólogo britânico leva a vida em palestras sobre biologia ou pesquisas para se comprovar o ateísmo. Ledo engano. Sugiro ao leitor que em uma visita á página de vídeos na internet(youtube) digite “Richard Dawkins”, ao fazer isso conte quantas das suas entrevistas e palestras que ali estão disponíveis,são sobre ateísmo e não biologia,ou zoologia. Um renomado cientista e biólogo, tem toda a liberdade de ser ateu,mas deveria concentrar seus esforços,como pesquisas,palestras e livros,para o desenvolvimento de sua área de atuação ou mesmo para buscar elementos mais fortes para fundamentar sua defesa da teoria da evolução( tema que é o ele mais levanta como justificativa de sua filosofia) ; e não para se tornar um apóstolo do ateísmo. Alister McGrath um teólogo cristão, com doutorado em biofísica molecular pela Universidade de Oxford,que no passado partilhava da visão ateísta de Dawkins,comenta a afirmação deste sobre a infantilidade da crença em Deus,onde ele considera que acreditar em um Criador é o mesmo que crer em Papai Noel. McGrath mostra a infantilidade da analogia de Dawkins ao argumentar que a crença de uma criança em Papai Noel,vai até os seis talvez sete anos, mas não vamos nunca ver uma pessoa quando adulto começar a acreditar no bom velhinho,ao contrário citando sua própria experiência, que evidentemente não é única, de ter deixado o ateísmo,segundo ele mesmo “após reflexões longas e substanciais”. Ele compara a “dogmática convicção de total correção” de Richard Dawkins a um “fundamentalismo religioso que se recusa a permitir que suas idéias sejam examinadas ou desafiadas”.


É Visível o inconformismo dos ateus,aqui representados por Dawkins, no fato de que existem cientistas e intelectuais que não aceitam o modelo proposto pelo ateísmo,e que optam pela idéia da existência de um Criador baseados em suas observações da natureza e do universo. Permaneçamos analisando o comportamento fundamentalista de Dawkins pois isto nos ajudará a perceber como a mente de alguém que se diz cientista mas gasta sua vida como propagador do ateísmo,faz com que se perca quando resolve falar de ciências,mas é arrastado pelo seu apego ao dogma. Em “ O relojoeiro cego” ele afirma: “ A biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. Ele enxerga a complexidade da vida e dos elementos que a produzem,vê que existe um design,mas conclui que é um ato religioso acreditar que um Criador inteligente é o responsável por tudo isso, a veemência com que o faz ,é a mesma de um religioso da inquisição na idade média diante de uma heresia. Contudo ao tentar rebater a heresia nesta sua obra,o melhor que ele apresenta é uma divagação baseada em um programa de computador que criou,onde biomorfos( supostas formas em evolução virtual),demonstram o caminho da evolução. Chega a ser ridícula( usando um termo bastante apreciado pelo cientista ao se referir a quem pensa diferente dele), a “prova” da evolução da forma por ele apresentada. Ora,para obter esta “evolução” de desenhos em um computador,foi necessário a criação de um programa por uma mente inteligente,para que dentro de uma máquina das mais complexas já criadas pela inteligência humana,fosse obtida uma forma mais perfeita. Como pode então a seleção natural e a sobrevivência do mais apto,dois conceitos simples,verificados na natureza apenas na variação dentro de uma mesma espécie,possa ser este “complexo computador da vida”? É visível que o dogma ateu prevalece sobre a sua capacidade de analisar os fatos.

Na conclusão de “ O relojoeiro cego” ele deixa ainda mais claro como sua filosofia de vida prevalece sobre o pensamento científico: “... Já tratamos todas as pretensas alternativas á seleção natural(veja que aqui ele mesmo considera a seleção natural como o principal mecanismo da evolução) exceto a mais antiga delas: a teoria de que a vida foi criada ,ou sua evolução arquitetada por um designer consciente...como a descrita no Gênesis. Quase todos os povos elaboraram seu próprio mito sobre a criação,e a história do Gênesis é apenas aquela que foi adotada por uma tribo específica de pastores do Oriente Médio. Seu status não é superior ao da crença de uma determinada tribo da África Ocidental,para quem o mundo foi criado do excremento de formigas".Temos de reconhecer que quando Dawkins chama a todos que não aceitam a evolução de analfabetos,ele está sendo sincero e realmente pensa assim. Não é novidade para ninguém que diversos povos com histórias das mais diversas entre si,procuram uma explicação sobrenatural para a criação,o que por si só demonstra que em diferentes culturas se reconhece que a vida não surgiu do nada. A comparação feita acima é bizarra,pra não dizer infantil. Não estou aqui invocando qualquer justificação bíblica ao invés de científica para contestar o dogma ateu,mas diante de uma tentativa pífia de combater a idéia da criação sobrenatural, colocando-a como lugar comum eu perguntaria a Dawkins: Por que a história da criação a partir do excremento de formigas,não foi traduzida em mais de 1400 línguas e dialetos e depois de três milênios após ter sido escrita é vendida como o maior “best seller” de todos os tempos? Qualquer criança,mesmo na idade de acreditar em Papai Noel, não achará que as duas histórias tem o mesmo status. No entanto nós adultos diante de argumentos tão pobres vemos claramente o inconformismo dogmático ateísta diante da evidência de um Criador Inteligente. Mais incrível ainda é quando o autor de “ O relojoeiro cego” comenta as opiniões contrárias á visão darwiniana da origem da vida. Vemos a sua incoerência á toda prova,quando o mesmo em “Deus,um delírio” analisa o fato de que o eminente físico e cosmólogo britânico Sir Fred Hoyle,reconhecido como um dos mais criativos cientistas do século XX, a despeito de ser ateu,analisa que a probabilidade da vida ter surgido do nada,seria a mesma de um furacão passar por um ferro velho e transformar toda a desordem contida ali em um boeing 747 novinho em folha. A colocação de Dawkins soa como uma confissão explícita do caráter religioso de sua defesa do evolucionismo: “ É surpreendente quão necessário é este tipo de conscientização,mesmo na mente de cientistas excelentes(grifo do nosso)... Fred Hoyle foi um físico é um cosmólogo brilhante(grifo nosso),mas sua compreensão equivocada na teoria do boeing 747 e outros erros biológicos...sugere que ele precisava ter sido conscientizado por uma boa dose de exposição ao mundo da seleção natural...No nível intelectual,suponho que ele compreendesse a seleção natural.Mas talvez seja necessário ser impregnado da seleção natural,imerso nela,nadar nela,para que se possa realmente apreciar seu poder ”.Como é possível que um cientista excelente,brilhante,segundo as palavras do próprio Dawkins,tenha entendido intelectualmente a seleção natural e ao mesmo tempo não a tenha entendido.Entender de uma forma não intelectual,ser imerso,apreciar o poder, é uma questão de fé não de ciência. A propósito, os ateus se gabam da simplicidade da teoria darwiniana,fato que segundo eles a faz tão popular,capaz de ser entendida até por uma criança. Contudo quando um brilhante cientista não aceita a explicação frágil da teoria da evolução para a origem da vida, é porque o mesmo não a entendeu. Como é simples para os ateus argumentarem contra as críticas á sua teoria,se somos contra é porque não a entendemos! Isto é argumento científico?

Não sei como seria uma conversa entre o brilhante físico e o famoso biólogo,e como tal já não é possível uma vez que Sir Hoyle(o qual era um agnóstico,mas sem propensão a ser homem-bomba) já não está entre nós,gostaria no entanto de apresentar um fictício encontro dos dois para discutir a teoria da evoluçao,principal amparo da doutrina atéia:

_ Meu caro Richard,sinto muito,mas segundo minha lógica científica e considerando a alta complexidade do universo e da vida,não posso aceitar uma idéia tão frágil e insustentável cientificamente,como a teoria da evolução.

_ Mas Sir Hoyle, a seleção natural e a sobrevivência do mais apto,traz todas as explicações necessárias. Creio que o senhor não entendeu bem este conceito.

_ Entendi perfeitamente meu caro,como não poderia,se até uma criança pode entender? Como é um conceito bem fácil de ser entendido poderia resumi-lo da seguinte forma: A seleção natural é um processo evolutivo que busca explicar a adaptação e especialização dos seres vivos em determinados ambientes. Correto?

_ Sim,claro, o senhor entendeu,mas eu diria que não entendeu completamente.
_ Como assim? Agora eu realmente não estou entendendo o que você acha que eu não entendi. Mesmo não sendo um biólogo,como um cientista eu poderia lhe escrever um artigo explicando o que é e como funciona a seleção natural. E é exatamente por isso que não vejo como a adaptação e uma pequena variação dentro da mesma espécie,sem o surgimento de uma espécie totalmente diferente,seja capaz de explicar, por exemplo, como uma ameba poderia, como resultado da seleção natural,por mais tempo que se dê,chegar á complexidade de um ser humano.

_ Me desculpe Sir,acho que me expressei mal. Eu quis dizer que intelectualmente o senhor entendeu tudo, mas precisaria ser impregnado da seleção natural,imerso nela,nadar nela,para que se possa realmente apreciar seu poder.

_Ah,é isso? Sinto muito Richard,mas mesmo sendo um ateu ,eu baseio minhas conclusões a respeito da vida e do universo unicamente na lógica científica,e qualquer coisa que não possa ser entendida no âmbito intelectual,se torna objeto de fé e por conseqüência foge dos limites da ciência. Eu lhe aconselharia a direcionar seus estudos para a busca de evidências mais sólidas que as atuais para a comprovação de sua teoria,ao invés de querer que as pessoas acreditem nela.

Embora seja este um diálogo fictício,considerando o posicionamento real destes dois homens diante da teoria da evolução,creio realmente que se fosse possível hoje este encontro a conversa não seria muito diferente. Vimos nesta interpretação ateísta da “ignorância do poder da seleção natural” de Sir Fred Hoyle um pequeno aperitivo da atitude dos ateus diante de cientistas(não importando as credenciais) que têm pontos de vista incompatíveis com sua filosofia.

A TEMPO!





Caro visitante cabe explicar-lhe que não estou fugindo ao título e objetivo do blog,o qual se propôe a esclarecer as supostas inconguências do texto bíblico segundo a visão ateísta,mas como ficará claro,é necessário antes de iniciarmos que apresentemos uma visão explícita do pensamento e da mente do ateu,para que assim que iniciarmos a discussão das suas críticas á crença em Deus e na Bíblia o leitor possa fazer um correto julgamento diante do debate. Cumpre-me também alertar que não seguiremos uma ordem rígida na avaliação dos questionamentos a respeito das passagens bíblicas,mas trataremos de situações nos diversos livros,podendo ora sair de um para outro,retornando sempre que necessário.

O ATEU PRATICANTE: UMA DEFINIÇÃO(opinião)
















Faz-se mister definirmos as características de um ateu praticante para entendermos a razão de suas críticas fechadas á possibilidade de compreenderem o que não entendem ou não conhecem. O adjetivo "praticante" subentende evidentemente os "não-praticantes",os quais eu definiria como aqueles que não obstante não acreditarem em Deus e na Bíblia,em vários momentos declaram que poderiam acreditar se suas dúvidas e questionamentos fossem respondidos;fato este que os tornam para os ateus-praticantes a ralé do ateísmo,uma vez que para estes uma vez ateu,sempre ateu. Exemplo claro disso pode ser visto quando olhamos para a experiência de Antony Flew, filósofo britânico,autor de "Theology and Falsification"(Teologia e falsificação) um ensaio apologético ao ateísmo,que se tornou a obra filosófica mais impressa no século XX. O autor passou mais de cincoenta anos defendendo o ateísmo de forma sistemática,e em razão de tanta investigação(aqui um respaldo ao que dissemos anteriormente sobre abrir a mente ao conhecimento), concluiu que estava errado, e compartilhou seu novo entendimento em "There is a God"(Deus existe).

A reação dos ateus praticantes? Vou citar a que eu mesmo ouvi de um deles,pessoa intelectual, estudiosa de filosofia, e de carater excelente, mas diante de um expoente do ateísmo que "virou a casaca",foi a de praxe: Quem? Nunca ouvi falar! Que filósofo que nada! O pai dele foi pastor,este cara nunca foi ateu!( Ou seja se seu pai for um cristão você está contaminado,e mesmo que escreva um tratado defendendo o ateísmo,você pensava que era ateu mas não era). Ah,quase me esquecia de uma de suas explicações preferidas:" Com certeza ele recebeu uma grana preta de alguma religião"!
Em 1968 os astronautas da missão Apollo 8,dando a volta ao redor da lua e vendo ao longe nosso planeta com uma aparência frágil visto de um ponto no espaço,leram em conjunto para o mundo os dez primeiros versículos de Gênesis l, o fato de que aqueles homens levavam consigo o "status" de cientistas e engenheiros, em nada obstruiu a ira da famosa atéia Madalyn Murray O'Hair,que não titubeou em processar a NASA por permitir aquela leitura,alegando que os astronautas deveriam ser demitidos pois como funcionários públicos não poderiam fazer aquilo. Os tribunais rejeitaram o processo. Não tive acesso aos autos,mas acredito eu que a razão da rejeição tenha sido a liberdade de expressão do pensamento. Diante de fatos como estes não se surpreenda o leitor se algum dia ler a notícia de que um ateu-bomba explodiu uma conferência de cientistas sobre a sintonia entra a Bíblia e a ciência.
O Dr. Francis S. Collins ,é um biólogo americano,que nas horas vagas gosta de pilotar motocicletas,escrever paródias musicais e tocar violão,até aqui nada de especial; mas vejamos um pouco mais sobre o Dr. Collins. O projeto Genoma Humano,que rastreia o código genético para traçar o "mapa do ser humano",pode se dizer que é a maior realização da biologia até hoje, o qual tem como diretor o motociclista Dr. Collins,ou seja não é nenhum exagero afirmar que estamos falando de um dos maiores biólogos da atualidade. Sim,mas o que tem isso a ver com a característica do ateu? Nada,exceto que o diretor do projeto Genoma Humano,é um ex-ateu,que após reconsiderar sua posição,em grande parte durante seus estudos de medicina,renegou o ateísmo,e expôs suas razões no "best seller" " A Linguagem de Deus"( que com certeza o levou a excomunhão pelos ateus,e a inclusão de seu livro no "index proibitorum" da filosofia atéia). Não pense o leitor que isso levanta qualquer suspeita para os ateus de que os mesmos deveriam se abrir mais ao debate para entender do que não entendem; com certeza vão facilmente achar uma explicação, para se juntar as que já expusemos acima; como por exemplo: Vão pesquisar na internet,e achar alguma falha na ficha do Dr. Collins,quem pode garantir que ele não "deu uns tapas num baseado" durante a faculdade,afinal não esqueçam de que ele gosta de dar um"rolé"de moto,e numa dessas pode ter exagerado na dose,e perdido o juízo.
A proposta deste artigo foi caracterizar o ateu-praticante,definí-lo,para que possamos compreender melhor quando apresentarmos esclarecimentos de assuntos que eles criticam,mas não se dão ao mínimo trabalho de procurar investigar a possibilidade de porventura estarem enganados; achei que a exposição acima,ainda que não encaixe tecnicamente em um modelo de definição, é a melhor forma de visualizarmos o ateu-modelo. Caso o leitor,seja pragmático e mais atraído pelo significado que dou ao verbete,ai vai:
Ateu-praticante: Descrente,fundamentalista,homem-bomba.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

OBJETIVO





Este blog não é apenas destinado aos que acreditam em Deus e na Bíblia como Sua palavra( evidentemente será de bom proveito para estes no que tange aos esclarecimentos que aqui serão feitos),mas está endereçado também aos ateus que na sua grande maioria criticam a Bíblia e têm prazer em apontar suas "contradições",mas ao mesmo tempo rejeitam um estudo apurado do texto e da correta exegese bíblica;cometendo um verdadeiro atentado contra a inteligência,uma vez que o mais saudável para uma mente sóbria é o entendimento daquilo que não se conhece,ao invés da mera crítica. Questionar ou duvidar do texto da Bíblia e de sua inspiração divina não é nenhum absurdo para qualquer um que não acredite na existência de um Criador,no entanto apontar os supostos erros e incongruências amparados na sua "crença" e tapar os ouvidos para uma séria investigação a fim de confrontar seus conceitos,caracteriza pura ignorância e não uma atitute sábia.O objetivo aqui não é trazer fé aos ateus,mas inteligência,até porque a fé é um dom de Deus.
Nesta mesma linha cumpre explicar que o autor não obstante fazer parte do universo daqueles que crêm,não objetiva aqui nenhuma pregação ou exaltar esta ou aquela religião,principalmente pelo fato de saber claramente que o ato de acreditar na existência do Criador difere completamente de apoiar as mazelas da religião estabelecida em suas diversas facções; diferença esta que não existe para os ateus,o que é fácil de entender haja visto que tal posição é a mais propícia para a sua atitute típica de fugirem ao escrutínio dos escritos bíblicos,através do conhecimento das línguas antigas,da hermenêutica,da arqueologia,e da sintonia entre a ciência e a Bíblia. Seu lema é "não creio,porque não creio e pronto"!
Ao acessarem este blog,não pensem que vão achar aqui estórias da carochinha,ledo engano,vão se deparar com esclarecimentos dos quais estão sempre fugindo com as "batidas" e enfadonhas alegações de sempre. O autor do blog não tem como lema "creio porque creio e pronto", ao contrário mesmo tendo sido agraciado com o dom da fé,desejou ir a fundo no conhecimento do texto bíblico e da sintonia entre o mesmo e a ciência,portanto vai aqui um alerta aos internautas ateus que aqui chegarem: Ao iniciarem a leitura dos textos ,vão estar sozinhos,sem um interlocutor,para vocês interromperem com apartes estúpidos do tipo: "Se você não estava lá como sabe que foi Moisés que escreveu o Gênesis?". Aqui tem "café no bule". Como disse estão sozinhos,a única companhia é sua mente,que pode se abrir com inteligência para considerar o conhecimento,ou preferir permanecer na ignorância,o que convenhamos é péssimo até para o crítico.